terça-feira, 19 de março de 2013

Multiculturalismo e suas diferentes abordagens


Para Joe Kincheloe e Shirley Steinberg (1997), o Multiculturalismo pode significar tudo e ao mesmo tempo nada. Quer usado como meta, conceito, atitude, estratégia ou valor, ele costuma refletir-se às intensas mudanças demográficas e culturais que têm "conturbado" as sociedades contemporâneas. 
Por conta da diversidade cultural que marca o mundo de hoje, há significativos efeitos (positivos e negativos), que se evidenciam em todos os espaços sociais, decorrentes de diferenças relativas a raça, etnia, gênero, sexualidade, cultura, religião, classe social, idade, necessidades, especiais ou a outras dinâmicas sociais.
Convém ter sempre presente que o multiculturalismo não nasceu nas universidades e no âmbito acadêmico em geral, pelo contrário, foram as lutas dos grupos sociais discriminados e excluídos, dos movimentos sociais, especialmente os referidos às questões étnicas e, entre eles, de modo particularmente significativos entre nós.
É muito importante distinguirmos duas abordagens fundamentais do multiculturalismo e suas características: uma descritiva e outra propositiva. A primeira afirma que o multiculturalismo seja apenas mais uma de muitas, características das sociedades atuais. Nesta concepção se enfatizam a descrição e a compreensão da construção da configuração multicultural de cada contexto específico. Já a perspectiva propositiva entende o multiculturalismo não simplesmente como um dado da realidade, mas como um mode de atuação, um projeto político-cultural, de um modo de se trabalhar as relações culturais numa determinada sociedade, de conceber políticas públicas na perspectiva de radicalização da democracia, assim como de construir estratégias pedagógicas nesta perspectiva.
Neste contexto, cabe avaliarmos três diferentes e muito importantes, abordagens do multiculturalismo que se encaixa dentro da perspectiva propositiva. São elas:
- Multiculturalismo assimilacionista;
- Multiculturalismo diferencialista;
-Multiculturalismo interativo (interculturalidade).
A abordagem assimilacionista parte da afirmação de que vivemos em uma sociedade multicultural, no sentido descritivo. Nessa sociedade multicultural não existe igualdade de oportunidade para todos. Grupos, como: indígenas, negros, homossexuais, pessoas oriundas (de outros países, de diferentes classes sociais, deficientes, que não tem o mesmo acesso a determinadas funções e serviços, bens, etc), brancos (considerados normais), e com elevados níveis de escolarização. Uma política assimilacionista favorece para que todos se integrem na sociedade e sejam incorporados a cultura hegemônica. Procura-se integrar os grupos marginalizados e discriminados aos valores, mentalidades, conhecimentos socialmente valorizados pela cultura hegemônica. Ou seja, ela defende o projeto de afirmar uma "cultura comum", a cultura hegemônica, e, em nome dele, deslegitima dialetos, saberes, línguas, crenças, valores "diferentes", pertencentes aos grupos subordinados, considerados inferiores, explícita ou implicitamente.
Um segunda Concepção pode ser denominada de multiculturalismo diferencialista. Esta abordagem parte da afirmação de que quando se enfatiza a assimilação termina-se por negar a diferença ou por silenciá--la. Propõe  então colocar a ênfase no reconhecimento das diferenças. Para garantir a expressão das diferentes identidades culturais presentes num determinado contexto afirma ser necessário garantir espaços próprios e específicos para que essas possam expressar-se com liberdade e coletividade.
Algumas características  especificam a perspectiva intercultural. A primeira e básica, é a promoção deliberada das inter-relação entre diferentes grupos culturais presentes em uma determinada sociedade.Neste sentido, esta posição se situa em confronto com todas as visões diferencialistas que favorecem processos radicais de afirmação de identidades culturais específicas, assim como as perspectivas assimilacionistas que não valorizam a explicitação da riqueza das diferenças culturais.
Por outro lado, rompe com uma visão essencialista das culturas e das identidades culturais, segunda importante característica desta abordagem.
A terceira, está constituída pela afirmação de que na sociedades em que vivemos os processos de hibridização cultural são intensos e mobilizadores da construção de identidades abertas, em construção permanente, o que supõe que as culturas não são "puras".
Uma última característica, é a questão que diz respeito ao  fato de não desvincular as questões da diferença e da desigualdade presentes hoje de modo particularmente conflitivo, tanto no plano mundial quanto em cada sociedade.

Por: Fernanda Checchio - RA: 6814006651

Disciplina: Multiculturalismo - Professora: Mônica - 1º Semestre Letras
ANHANGUERA EDUCACIONAL - UNIDADE TABOÃO DA SERRA
                                                             Grupo: Fernanda Checchio - RA: 6814006651
Taís Regina N. Maciel - RA: 6814007161
Luciana Moreira de Jesus - RA: 681401371

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